Beijing, 1º fev (Xinhua) -- O Ministério das Relações Exteriores da China anunciou sábado passado que adiará os programas militares bilaterais e as negociações sobre segurança com os Estados Unidos e sancionará certas companhias norte-americanas em resposta à decisão do governo norte-americano de aprovar a venda de armas avançadas a Taiwan.

Segundo um comunicado difundido pela carteira, a China decidiu suspender parcialmente os programas de intercâmbios militares entre os dois países, assim como as consultas de nível vice-ministerial sobre a segurança estratégica, controle de armas e antiproliferação, que ocorrem em breve.

A China também imporá sanções às empresas norte-americanas implicadas na venda de armas a Taiwan, de acordo com o comunicado.

Além disso, o ministério indicou que a venda de armas à ilha também afetará a cooperação entre a China e os Estados Unidos nos importantes assuntos regionais e internacionais.

A China tomou estas decisões "pelos graves danos causados pela venda de armas às suas relações com os Estados Unidos", segundo o ministério.

Os Estados Unidos anunciaram na sexta-feira passada que planejam vender um pacote de armas a Taiwan, incluindo mísseis Patriot, helicópteros Black Hawk e draga-minas. A China expressou forte indignação pela venda logo depois que o governo dos Estados Unidos notificou o Congresso norte-americano sobre seus planos.

O vice-ministro das Relações Exteriores da China, He Yafei, apresentou um protesto formal diante do embaixador norte-americano na China, Jon Huntsman, depois que o Pentágono informou ao Congresso sobre a proposta de venda de armas a Taiwan.

O vice-chanceler chinês assegurou que o plano dos Estados Unidos vai contra os três comunicados conjuntos sino-americanos, especialmente o "Comunicado de 17 de agosto", no qual o país norte-americano prometeu não tomar uma política de venda de armas a Taiwan a longo prazo e deixar de proporcionar armas à ilha de forma gradual.

"O plano dos Estados Unidos definitivamente danificará mais as relações China-EUA e provocará um grave impacto negativo aos intercâmbios e cooperações nas principais áreas entre ambos os países e conduzirá a resultados que nenhuma das duas partes desejam ver", indicou.