Beijing, 23 mar (Xinhua) -- O Ministério do Comércio (MC) chinês pediu nesta sexta-feira aos Estados Unidos que "parem na beira do precipício" e tomem decisões prudentes para que as relações comerciais bilaterais não sejam colocadas em risco.
Chamando as medidas restritivas recentes dos EUA contra a China de "um precedente muito ruim", um porta-voz da pasta disse que as iniciativas são contrárias aos "interesses da China, dos Estados Unidos e do mundo em geral".
A China não ficará de braços cruzados olhando seus direitos e interesses legítimos danificados sob qualquer circunstância, afirmou o porta-voz.
"Estamos totalmente preparados para defender firmemente nossos interesses", indicou.
Apesar das fortes advertências de grupos empresariais e especialistas em comércio, o presidente norte-americano Donald Trump assinou nesta quinta-feira um memorando que poderia impor tarifas sobre até US$ 60 bilhões de importações da China e restrições contra investimento chinês no país.
O memorando tem como base a chamada "investigação da Seção 301" contra supostas práticas chinesas em propriedade intelectual e transferência de tecnologia, lançada pelo governo de Trump em agosto de 2017.
A medida vem em um momento em que o governo dos EUA adota um tratamento cada vez mais duro contra a China, culpando seu déficit comercial com os principais parceiros por seus problemas econômicos domésticos e perdas de empregos.
Apesar da objeção do mundo, o governo norte-americano decidiu impor uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e 10% sobre as de alumínio, com tarifas para as importações provenientes dos estados-membros da União Europeia, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, México e República da Coreia suspensas até 1º de maio de 2018.
O Ministério do Comércio chinês reiterou sua posição de não temer uma guerra comercial, embora diga que é a opção menos desejável. "Nós temos confiança e capacidade para enfrentar quaisquer desafios", disse o porta-voz da pasta em uma nota no website da entidade.
As indústrias dos Estados Unidos também discordam fortemente das tarifas abrangentes.
"Tarifas podem levar a uma guerra comercial destrutiva com consequências sérias para o crescimento econômico e a criação de empregos dos Estados Unidos. O meio de vida dos consumidores, empresas, agricultores e vaqueiros da América está em risco se o governo proceder com este plano", opinou o presidente e CEO da Câmara dos Estados Unidos, Thomas J. Donohue, em uma nota.
Isso não solucionará os problemas econômicos da América e provavelmente fará deles piores a longo prazo, disse Robert Lawrence Kuhn, importante especialista sobre a China. Ele acrescentou que a razão é a existência de princípios econômicos naturais que estão sendo violados por tarifas pesadas.
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